Exercício físico diário, além de escrever várias horas por dia, são atividades comuns a quase todos
O que grandes autores tinham em comum? Como eram suas rotinas produtivas? Quanto tempo escreviam por dia? O que faziam quando não estavam escrevendo?
O dia a dia de grandes autores, escritores reconhecidos mundialmente, girava em torno de seus processos criativos. Escrever era como acordar, comer, respirar. A maioria deles dedicava muitas horas por dia à atividade de escrever, independente de estarem em grandes projetos ou não. Mas há outra atividade que a maioria deles relatou praticar, os exercícios físicos! Será que a prática tem ligação direta com a criatividade? Parece que sim.
Hoje você vai conhecer a rotina de trabalho de dez escritores renomados. Não se desanime se sua rotina for muito diferente da deles, e se seu tempo de escrita por dia for muito menor. Aqui vale a curiosidade e, por que não, a inspiração!
Ernest Hemingway (1899 – 1961), escritor americano que ganhou o Prêmio Pullitzer de Ficção (1953) e o Nobel de Literatura (1954)
“Quando estou trabalhando em um livro ou uma história, escrevo todas as manhãs, logo após a primeira luz possível. Não há ninguém para perturbar e o tempo está sempre mais fresco. Você vem para o trabalho e se aquece à medida que escreve. Você lê o que escreveu antes e continua a partir daí. Você escreve até chegar a um ponto em que sabe o que vai acontecer em seguida. Então para e vai tentar viver até o dia seguinte, quando irá voltar ao trabalho.”
Stephen King (1947), escritor americano famoso por histórias de horror fantástico
“Há certas coisas que faço ao me sentar para escrever. Tomo um copo de água ou uma xícara de chá. Sento-me em um determinado horário, entre 8h e 8h30, em algum lugar dentro dessa meia hora, todas as manhãs. Tomo a minha pílula de vitamina e ligo minha música, sento-me no mesmo assento, e os papéis estão todos organizados nos mesmos lugares.”
Haruki Murakami (1949), premiado escritor japonês, traduzido para mais de 50 idiomas
“Quando estou trabalhando em um romance, me levanto às 4h da manhã e trabalho por cinco a seis horas. Na parte da tarde, eu corro 10 km ou nado por 1.500 m (ou faço ambos), e então leio um pouco e ouço alguma música. Vou para a cama às 9h da noite. Eu mantenho essa rotina todos os dias, sem variação. A repetição em si torna-se o mais importante; é uma forma de hipnotismo. Eu me hipnotizo para chegar a um estado de espírito mais profundo. Mas suportar tal repetição por tanto tempo — seis meses a um ano — requer uma boa quantia de força mental e física. Nesse sentido, escrever uma longa novela é como um treino de sobrevivência. Força física é tão necessária quanto sensibilidade artística.”
Joan Didion (1934),escritora e jornalista norte-americana
“Eu preciso de uma hora sozinha antes do jantar, com uma bebida, para repassar tudo o que fiz naquele dia. Não posso fazer isso no final da tarde porque ainda estou muito envolvida com tudo. Além do mais, a bebida ajuda. Ela me afasta das páginas. Eu passo essa hora removendo algumas coisas e adicionando outras. Então eu começo o próximo dia refazendo tudo o que fiz no anterior, seguindo as notas que deixei à noite. Quando estou realmente trabalhando, não gosto de sair nem ter ninguém para o jantar, senão perco a hora. Outra coisa que preciso fazer, quando estou perto do final do livro, é dormir no mesmo quarto que ele. De alguma forma, o livro não deixa você quando está dormindo bem ao seu lado.”
Simone de Beauvoir (1908 – 1986), escritora e ativista feminista francesa e autora de O Segundo Sexo
“Sempre estou com pressa para começar. Primeiro eu tomo chá e, então, por volta das dez da manhã, começo e trabalho até 1h da tarde. Então vou ver meus amigos e volto ao trabalho às 5h da tarde, seguindo até às nove. No dia seguinte, se o trabalho está indo bem, eu passo de 15 a 30 minutos lendo o que escrevi no dia anterior. Então eu continuo a partir daí.”
Charles Dickens (1812 – 1870)
O autor de clássicos da literatura inglesa, como “Oliver Twist” e “David Copperfield”, além do famoso conto de natal “A Christmas Carol”, dedicava cinco horas por manhã para escrever, geralmente começando às 9h. Sua rotina seguia com três horas de exercício físico no período da tarde e sete horas voltadas para alimentação e lazer, quando já anoitecera. Ele só colocava a cabeça no travesseiro a meia noite, dormindo ao menos sete horas diárias.
Gustave Flaubert (1821 – 1880)
Censurado por sua obra mais famosa, que versa sobre uma mulher adúltera num período em que os valores burgueses imperavam, Flaubert exercitava sua criatividade durante dez horas, alternando períodos de cinco horas cada de tarde e de madrugada. Diferentemente de Dickens, o autor francês trabalhava. É verdade que apenas duas horas, interrompidas por uma hora de exercícios físicos e outra de alimentação, mas ele o fazia diariamente. Após três horas de lazer e cinco horas de escrita, Flaubert ia dormir às 3h da manhã.
Victor Hugo (1802 – 1886)
Este autor, também conhecido por ter sido ativista dos direitos humanos na França, tinha uma rotina mais tradicional, se comparado aos padrões atuais. Apesar de não ter um trabalho diário, Victor Hugo dormia das 22h às 6h todos os dias. Após uma hora de refeição, dedicava-se até às 11h para o seu exercício criativo, retomado apenas após às 18h. Durante a tarde, além de três horas de lazer e alimentação, ele, assim como Dickens e Flaubert, praticava atividades físicas.
Vladimir Nabokov (1899 – 1977)
O autor do polêmico romance “Lolita” costumava dormir durante oito horas todos os dias, levantando-se da cama apenas às 7h. Depois de três horas voltadas para a sua alimentação e lazer, Nabokov começava a escrever. Ele fazia isso por quatro horas, interrompidas às 11h e às 19h para se exercitar. O dia para ele terminava apenas às 23h, depois de algumas horas de lazer.
Franz Kafka (1883 – 1924)
Nascido na então Áustria-Hungria, Franz Kafka tinha o hábito de escrever durante as madrugadas, geralmente das 23h às 6h. Após um cochilo de duas horas, Kafka ia trabalhar às 8h, exercendo a função de advogado. A partir das 14h, alimentava-se e dormia por mais quatro horas. Antes de começar a escrever, o autor de “Carta ao pai” e “A metamorfose” exercitava-se, além de jantar e dedicar-se um pouco ao seu lazer.
Fontes: Universia Brasil e Seja mais produtivo. Agora, da autora do blog Como as Pessoas Funcionam, Ana Prado.
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