Está no ar o resultado da segunda edição do Você Publica!
É hora de ver o que a audiência do Publica! anda produzindo! Mais uma vez fiquei muito feliz com a quantidade de pessoas que aderiram à ideia, escreveram textos sobre o tema proposto e encaminharam pra mim. É fantástico ver que, apesar das mensagens que chegam junto aos textos falarem de constrangimento e medo, essas pessoas compartilharam seus escritos conosco. Obrigada por isso!
Antes de publicar o texto selecionado, quero dizer que um grande número dos materiais enviados estavam fora do limite de mil caracteres! É muito importante estar atento a este critério, porque ele elimina qualquer texto que esteja acima.
- Por que definir um limite de tamanho? -
Em primeiro lugar, para tornar possível a análise dos textos que chegam! Para minha alegria, o Você Publica! tem animado nossa audiência e recebo muitos textos a cada edição, ueba! Então se não houver uma limitação de tamanho, corre o risco de alguém enviar textos grandes demais, e eu não dar conta da leitura de tudo.
Mas há outra razão pra esse limite, e vou responder com duas citações maravilhosas de grandes escritores. A primeira é atribuída a Carlos Drummond de Andrade: "escrever é a arte de cortar palavras". A segunda seria de Antoine de Saint-Exupéry, e diz que "a perfeição não é atingida quando não há mais nada a incluir; ela é atingida quando não há mais nada a tirar". Quando há uma limitação de tamanho, é preciso disciplina e saber onde enxugar um texto.
O outro critério, é claro, é responder à proposta sugerida, que foi:
"Você acaba de acordar. Todos em sua casa estão apressados, tomando café. As crianças estão de farda, outros estão indo trabalhar. Você não entende nada. Em sua cabeça as escolas estão fechadas, empresas idem. Você os questiona, todos fazem cara de quem não está entendendo nada do que você diz. Não demora muito e você descobre que tudo não passou de um terrível pesadelo seu.
A minha proposta é que você estimule sua criatividade e narre a situação. Um detalhe importante: depois desse dia de alívio, você vê no jornal da noite que, lá na China, um médico alerta para o surgimento de um novo vírus, e ninguém no mundo dá a menor atenção ao seu alerta..."
Para a próxima edição. uma dica: atentem para a divisão de parágrafos, o que torna a leitura mais fluida.
Vamos, finalmente, ao texto de Caroline Dib! Parabéns!
"Havia tanta confusão. Imaginei que estavam de brincadeira, querendo me proporcionar um dia diferente. Afinal, era meu aniversário. Depois daquela experiência de dias contados, dias intermináveis, tudo que eu queria mesmo era sair. Saudade de usar meu crachá, dirigir e pôr o batom, já a caminho. Apenas eu não estava pronta. Nem tampouco achava as máscaras. Foi como um tapa, o momento de lucidez, seguido de alívio. Não haviam máscaras, não haviam restrições. Estávamos como sempre: livres, apressados, animados com o jantar logo mais à noite, naquele restaurante sempre cheio. Mas o dia não parecia normal para mim. Era como acordar de novo, várias vezes, do mesmo pesadelo e revisitar todos aqueles sentimentos de angustia. De uma noite só? E quase convencida de que sim, ouvi incrédula, notícias de longe, notícias que me comunicavam um futuro já experimentado. Aquele dissabor do medo, do coração acelerado, do nó na garganta. Os brindes abafavam a notícia. Ele viria. E haveria tanta confusão."
Até a próxima!
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Ótimo texto! Como bem disse o mestre Saramago: "É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se nao saímos de nós."
O texto da Carol nos tirou, por alguns instantes, da ilha.
Coisa boa!! Que alegria... Fiquei honrada. Manda mais desafios! rs Muito bom seu incentivo, sua sugestão de usarmos esse tempo livre, desses dias intermináveis, para algo bom, criativo, novo. Meu brinde hoje é na intenção do Publica! Beijo e parabéns para todos. Carol.